Iniciamos a semana epidemiológica de número 29 em 12/07/2020 ultrapassando a marca de mais de 100 casos acumulados de Covid-19 em Mendonça. Se há um lado positivo desta situação, este seria o declínio mantido da curva de casos novos que teve seu pico na semana 26, de 21 a 27 de junho, lembrando que naquela semana foram adotadas as medidas mais duras no sentido de contenção viral. Ainda há muito o que analisar para uma avaliação final do resultado das ações tomadas, mas algo teria de ser feito naquele momento, e muito há que se fazer ainda para uma estagnação final desta pandemia.
Segundo dados do Seade (Fundação Sistema Estadual de Análise de Dados), divulgados neste domingo (12/07), pelo Comitê Regional de Enfrentamento ao Covid-19 - DRS XV, em nossa região de saúde de São José do Rio Preto, o Coronavírus tem tido uma incidência em 47% de pessoas do sexo masculino e 53% do sexo feminino. A faixa etária com maior concentração dos casos é a de 30 a 39 anos com 23,5%, seguido de 40 a 49 com 19,2%, 20 a 29 com 16,5%, de 50 a 59 com 15,3%, 60 a 69 com 10,8%, 70 e mais 8,9%, menores de 10 anos com 5,8%.
Entre as vítimas fatais totalizam 55% são do sexo masculino e 45% do sexo feminino. Os óbitos estão concentrados em pacientes na faixa etária de 60 anos ou mais sendo 59,8% das mortes, na faixa etária 50 a 59 com 13,9%, faixa etária de 40 a 49 com 3,8%, de 30 a 39 com 2,9, de 20 a 29 com 1,2%, e abaixo de 29 anos não ocorreram mortes.
Na região 89,9% dos óbitos estão relacionados a doenças preexistente, sendo as mais altas relacionadas a cardiopatia 59,1% e diabetes 42,9%, seguidas de doenças neurológicas (10,7%) e obesidade (9,9%). A taxa de letalidade está em 33,4%.
Embora assustadores números semelhantes já foram encontrados em outras doenças virais. O que devemos destacar de diferencial na atual pandemia é a velocidade de disseminação do Coronavírus, pelo que não houve tempo para estudos mais aprofundados sobre todos os mecanismos da doença que causa e muito menos sobre tratamentos realmente eficazes contra ela.
Tudo conduz a uma elevada preocupação das pessoas, razão esta insuflada por vários meios de imprensa na busca de uma audiência maior, causando um estado de medo e pavor constante. Este temor infelizmente faz com que muitos, num instinto de autodefesa, adotem um comportamento discriminatório de ataque aos que positivaram e que não são seus familiares, evitando toda e qualquer aproximação, o que de certa forma faz um sentido, mas apontando nas ruas ou nas redes sociais, essas pessoas, mesmo sem saber se estão ou não liberadas de sua quarentena. Lembremos que 78,84% dos 104 casos positivos nesta data já se encontram recuperados livres de transmissão viral.
Este medo que deveria ser melhor aceito como uma precaução, não poderia ser associado a atitudes de aversão, ou mesmo de maldade, e sim de solidariedade entendendo que não há culpa por alguém estar doente, e sim um sofrimento que espera-se que logo termine. Adotando as melhores práticas de contenção e prevenção, podemos e devemos todos viver em comunidade da melhor forma.
Coordenadoria Municipal de Saúde
